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O que é a festa de pentecostes?

Por: Cleiton Gomes


A festa de Shavuot, cujo nome significa “semanas”, é celebrada após sete semanas da festividade de Pêssach. Primeiro vem Pêssach e Matsot (a “Páscoa” e os pães sem fermento), e então, ao completarem-se cinquenta dias, chega o tempo de Shavuot, também conhecida como Pentecostes, conforme descrito em Levítico 23:15-22.


A contagem é simples: sete semanas, ou seja, sete vezes sete dias. Isso resulta em 49 dias, e ao acrescentar mais um, completamos 50 dias. Este quinquagésimo dia é santificado e separado para o ETERNO, sendo um dia solene em que se proíbe o trabalho, pois Ele requer de nós plena dedicação (Levítico 23:21).


Shavuot marca dois acontecimentos centrais: o primeiro é a entrega da Torá ao povo de Israel (Êxodo 19 e 20), e o segundo, a oferta dos primeiros frutos da colheita de cereais (Êxodo 34:22; Números 28:26; Deuteronômio 16:16-17; 26:5-10).


Essas instruções sobre a entrega dos frutos foram dadas ainda no deserto, mas só se tornariam efetivas quando o povo estivesse estabelecido na terra prometida (Canaã), uma terra descrita como “que mana leite e mel”, expressão que simboliza a abundância de produtos extraídos das tamareiras. Quando o povo começa a cultivar a terra e vê o fruto brotar, compreende que aquilo é bênção do ETERNO. Por isso, os primeiros frutos dessa colheita deveriam ser dedicados a Ele. Essa prática não é apenas uma entrega simbólica, mas uma declaração de fé e reconhecimento: tudo o que temos provém do ETERNO, e a melhor parte deve retornar a Ele. É por isso que essa festa é celebrada com alegria, estudo da Torá durante toda a noite e alimentos festivos. (link para aprender receitas deliciosas em shavuot: Clique aqui).


Segundo Yehuda Altein, a tradição de passar a noite estudando Torá surgiu como uma forma de corrigir um deslize ancestral. O Midrash relata que, na véspera da entrega da Torá, o povo dormiu cedo, desejando estar bem descansado. Mas acabaram dormindo além do tempo e Moshé teve que acordá-los. Esse fato foi visto como um erro grave, demonstrando falta de zelo. No entanto, há uma interpretação mais profunda e benevolente. O Rebe explicou que os judeus dormiram não por negligência, mas porque acreditavam que, ao dormir, suas almas se elevariam e se preparariam espiritualmente para o momento sagrado. Apesar dessa intenção, a mensagem da Torá é clara: ela não foi dada apenas para nos espiritualizar, mas para transformar o mundo físico através das nossas ações. Por isso, hoje se permanece acordado em Shavuot, aprendendo e se preparando conscientemente para receber novamente a Torá. (Fonte da citação: Clique aqui)


A oferta dos primeiros frutos também deve ser acompanhada de alegria. Não se deve chegar diante do ETERNO com semblante triste ou atitude de obrigação. A entrega deve refletir gratidão genuína e alegria sincera. É como se abríssemos o coração e derramássemos nosso louvor diante dEle. Ao fazermos isso, profetizamos sobre nós mesmos, pois quem agradece ao ETERNO com sinceridade está plantando sementes de ainda mais prosperidade.


Shavuot é uma das três festas de peregrinação. A contagem dos dias desde Pêssach até ela é chamada de Sefirat HaÔmer (a contagem do Ômer), que envolvia a apresentação de um feixe de cereais ao Templo no dia da festa. Cada dia é contado com bênçãos e expectativa, criando uma ligação espiritual que nos prepara para a entrega da Torá. Mesmo hoje, em tempos de industrialização e distante da prática agrícola, o princípio permanece: agradecer ao ETERNO pelas dádivas. Como ensina o professor nazareno Tsadok Ben Derech, a produção agrícola continua sendo essencial para a vida, e honrá-la com ofertas, mesmo de outra forma, é um princípio eterno. A Torá diz claramente que ninguém deveria se apresentar diante do ETERNO de mãos vazias, mas cada um deve oferecer conforme as bênçãos que recebeu (Deuteronômio 16:16-17). Assim, contribuir com alimentos ou recursos aos necessitados é, ainda hoje, uma forma legítima de observar esse mandamento. Como está escrito: "O que se compadece do pobre empresta ao ETERNO" (Provérbios 19:17). (Fonte da citação: Clique aqui)


A prática de Shavuot não se restringe ao período do deserto ou ao tempo de Moisés. Em Atos 2, vemos os discípulos reunidos em Jerusalém, celebrando Shavuot muitos anos após a ascensão de Yeshua. Em Atos 20:16, o apóstolo Paulo faz questão de repousar para essa festividade, mostrando que mesmo os seguidores de Yeshua mantinham sua observância. Essa festa também traz à memória dois momentos marcantes. O primeiro, no Sinai, quando o ETERNO entregou a Torá usando vozes como línguas divididas, distribuídas em 70 idiomas, conforme relata o Midrash Shemot Rabbah 5:9. O segundo, em Jerusalém, quando essas mesmas línguas foram derramadas nos discípulos, capacitando-os a proclamar as maravilhas da Torá em várias línguas (Atos 2).


Assim, Shavuot é tempo de ofertar, tempo de gratidão pela Torá, mas também tempo de buscar a unção do Espírito do ETERNO. Devemos fazer isso com oração sincera, assim como fizeram os discípulos que aguardavam em Jerusalém. A festa fala de frutos, não apenas os que brotam da terra, mas também os frutos espirituais. Quando o Espírito planta em nós a semente da retidão, Ele também espera que produzamos bons frutos.


Dessa forma, Shavuot nos lembra da Torá, dos frutos da terra, da capacitação para ensinar a Torá em outras línguas, e principalmente, do nosso compromisso em viver uma vida frutífera. E que fique claro: ninguém será condenado por observar um mandamento dado pelo próprio ETERNO. Celebrar essa festa é uma honra, não uma obrigação. Quem desejar celebrá-la, pode fazê-lo com plena consciência de estar agradando ao Criador.


Se quiser aprender como celebrar Shavuot passo a passo, busque materiais que aprofundem esse tema com mais detalhes.


Que sua vida seja iluminada com os frutos da Torá e com a presença do Espírito do ETERNO.







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